As manifestações realizadas no domingo (21) contra pautas como a PEC da Blindagem e o PL da Anistia demonstraram força significativa e devem impactar diretamente a tramitação dessas propostas no Senado Federal. Apesar de não terem alcançado dimensões extraordinárias, os protestos surpreenderam pela expressiva adesão popular, considerando especialmente o histórico recente de mobilizações de orientação progressista. A análise é de Teo Cury, no Live CNN.

Os atos conseguiram transpor a indignação das redes sociais para as ruas, consolidando uma demonstração concreta de insatisfação popular. A mobilização, embora não tenha sido massiva, alcançou proporções consideráveis em diversas cidades do país, estabelecendo um marco importante na atual conjuntura política.

Posicionamento do Senado

O Senado Federal já havia manifestado insatisfação com o texto aprovado na Câmara dos Deputados, e agora encontra respaldo popular para uma posição mais contundente. A importância da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) neste processo é fundamental, pois é o órgão responsável por avaliar a constitucionalidade e legalidade das propostas.

As sinalizações tanto do presidente da CCJ quanto do relator da proposta no Senado indicam que o texto deve encontrar resistência significativa. A tramitação em dois turnos, característica das Propostas de Emenda à Constituição, já demonstrou variações expressivas nas votações anteriores, evidenciando possíveis mudanças de posicionamento entre os parlamentares.

A mobilização popular transcendeu as fronteiras partidárias tradicionais, reunindo diversos segmentos da sociedade unidos pela preocupação com temas relacionados à corrupção e impunidade. Embora organizada principalmente por grupos progressistas e sindicatos, a manifestação agregou um espectro mais amplo de participantes, refletindo uma inquietação generalizada com as possíveis consequências da aprovação da PEC.