O senador Jayme Campos (União Brasil) avaliou o cenário político de Mato Grosso e admitiu, pela primeira vez, que há "no mínimo 70% de chance" de disputar o Governo do Estado em 2026. Em entrevista ao portal , o ex-governador afirmou que está "andando, costurando e conversando com a sociedade e com os partidos", mas que qualquer decisão será tomada apenas após março, quando se encerra o prazo de filiação partidária.
"Tenho experiência, conheço o Estado e sei ouvir as pessoas. Há, no mínimo, 70% de chance de eu ser candidato ao Governo. Estou preparado para disputar qualquer cargo. Tenho chance para tudo", ressaltou, em tom confiante.
Jayme classificou como “normal” as especulações em torno das pré-candidaturas já anunciadas e lembrou que o quadro político tende a se definir apenas no próximo ano.
"Não há nada de concreto. Tudo isso só será definido a partir do prazo final, que se encerra no dia 30 de março. Até lá, muita coisa pode mudar", afirmou.
Segundo ele, candidatos a presidente da República também influenciará diretamente o cenário estadual. "Primeiramente, nem sabemos quem serão os candidatos à Presidência da República. Isso se reflete em Mato Grosso", observou.
Questionado sobre o poder financeiro do grupo ligado ao atual governo, Jayme foi categórico: "O governo tem dinheiro, mas é dinheiro público. E dinheiro público não pode ser usado em campanha. Sempre fiz campanha de forma humilde, conversando com o povo. Quem elege é o povo."
Ele reconheceu que o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) é um "candidato em potencial", mas ponderou que o eleitorado espera mais do que apenas obras e investimentos.
Jayme critica megaobra de Mendes e cobra prioridades: “Falta saúde, segurança e educação”
O senador defendeu um "governo mais humanizado", voltado às populações mais carentes e à descentralização de investimentos.
"Não adianta termos algumas 'Califórnias' em determinadas regiões e outras extremamente empobrecidas. Precisamos melhorar a habitação, ampliar a agroindustrialização, atrair investimentos e preparar o Estado para o futuro."
Jayme também destacou que, apesar dos investimentos recentes, as áreas de saúde e segurança pública ainda necessitam de avanços concretos. "Mato Grosso é campeão de feminicídios pelo segundo ano consecutivo. Faltam delegacias 24 horas e patrulhas Maria da Penha funcionando ininterruptamente. Quando se trata de vidas, não pode haver economia", ressaltou.
O senador classificou o megaprojeto, se referindo ao Parque Novo Mato Grosso, do governo Mauro Mendes, como um investimento "fora da capacidade do Estado". "É uma obra grandiosa, mas o Estado ainda não possui estrutura suficiente para um investimento desse porte, principalmente quando se deixam de lado áreas mais importantes, como saúde, segurança e educação."
Sobre a possibilidade de cassação da prefeita Flávia Moretti (PL), Jayme adotou uma postura cautelosa: "Não trabalho com essa hipótese. Torço para que a gestão dela dê certo. Mas, se houver nova eleição, certamente surgirão bons nomes para disputar."
Questionado sobre rumores de que ele ou a ex-prefeita Lucimar Campos poderiam disputar novamente a Prefeitura, em caso de eventual cassação dos mandatos da prefeita e do vice, o senador foi enfático: "Nem Jayme Campos, nem Lucimar Campos serão candidatos. Já cumprimos nossa missão. Há outros nomes que poderão ser avaliados."
