Prêmio ou obrigação?Prêmio ou obrigação? Casamento, é para você?
Prêmio ou obrigação?
Casamento, é para você?
O casamento atravessa gerações como um espelho da sociedade. Idealizado nos romances, satirizado nos programas de humor e dissecado por estudos e estatísticas. Ele já foi o destino inevitável de muitos, selo de respeito social e promessa de estabilidade. Hoje divide espaço com outras formas de amar, conviver e construir uma família.
Entre o “felizes para sempre” e o “não é para mim”, o casamento continua sendo muito debatido, porque toca em algo profundo: a liberdade de escolher com quem e de que forma caminharemos pela vida.
Mas atenção! Quem entra em um relacionamento buscando apenas receber atenção, validação, cuidado ou admiração, inevitavelmente estará fadado à frustração. Porque o casamento, em sua essência, não é sobre receber, é sobre doar.
O casamento é um dos campos mais amplos de desenvolvimento emocional do ser humano.
Quem se doa, deixa de viver excessivamente voltado para si. Não fica preso às próprias dores, lambendo suas feridas e se vitimizando.
Quem não tem essa disposição genuína para dar de si ao outro não deveria se casar!
O desencontro emocional entre homens e mulheres
Vivemos um tempo de profunda confusão relacional. Não por falta de informação, mas por distanciamento emocional. As pessoas se afastaram da própria responsabilidade afetiva e passaram a projetar no outro frustrações que nem mesmo sabem nomear.
Mulheres carregam ressentimentos em relação aos homens acusando-os de serem insensíveis e não assumirem compromisso. O ressentimento endurece o feminino. E um feminino endurecido não convida, afasta! Não porque a mulher não mereça amor, mas porque o campo emocional passa a operar em modo defensivo, controlador e desconfiado.
Por outro lado, muitos homens evitam o compromisso, preferem a distração constante, festas com os amigos, ou, isolamento: videogames, trabalho excessivo, ausência emocional. Não porque não saibam amar, mas porque não querem o trabalho que um vínculo consciente exige.
Cortejar! Planejar convites, estar presente, ouvir de verdade, cumprir acordos, tudo isso dá trabalho e maturidade cansa quem ainda vive no modo fuga.
Enquanto mulheres esperam ser escolhidas sem se posicionarem com clareza, homens desejam os benefícios de um relacionamento sem investir energia. Resultado? Relações rasas, frustração, desistência precoce e cinismo afetivo.
O casamento não fracassou, o que fracassou foi a disposição de crescer emocionalmente dentro dele.
A lei da reciprocidade
A lei da reciprocidade é um princípio universal que afirma, em essência: Tudo que você oferece tende a retornar a você, na mesma natureza.
De forma simples, a inclinação dos humanos é pagar na mesma moeda o que recebem. Quem oferece respeito, tende a receber respeito. Quem entrega desinteresse, costuma atrair o mesmo. Quem se doa em excesso, sem limites, recebe exploração ou ausência. A reciprocidade é um dos gatilhos mais fortes do ser humano.
Mas alguém ao ler isso talvez diga bem alto: “Eu fiz tudo por aquela pessoa, fui correta, presente, responsável, quase perfeita, e mesmo assim não fui correspondida. Então a lei da reciprocidade não funciona!”.
Funciona sim! A lei da reciprocidade não responde apenas ao comportamento externo. Ela responde, sobretudo, ao padrão emocional energético que a pessoa sustenta.
Muitas pessoas são impecáveis, trabalham, cuidam da casa, ganham bem financeiramente, são organizadas, eficientes, mas operam emocionalmente na autossuficiência, no controle e na condução absoluta.
Quando uma mulher ocupa todo o espaço da liderança emocional, nas decisões, ela envia uma mensagem silenciosa ao campo relacional: “Aqui já tem quem conduza. Não é necessário que você se posicione”.
O resultado não é um parceiro forte, mas alguém que se acomoda, isso não é punição, é uma coerência vibracional, não é uma crítica, tampouco invalida suas conquistas, apenas revela um desequilíbrio de polaridade.
O Mastermind conjugal
No livro Mais Esperto que o Diabo, Napoleon Hill apresenta o conceito do Mastermind: a união harmônica de duas mentes, formando uma terceira mente, a Mente Mestra, mais elevada do que a soma das duas partes.
Hill afirma que quando há harmonia, propósito comum e alinhamento de valores, forma-se um campo onde o medo, a confusão e a autossabotagem, simbolizadas no livro pelo “diabo”, perdem a possibilidade de acessar essa mente.
Isso revela uma verdade profunda: o vínculo não prospera pela perfeição individual de cada um, mas pela harmonia entre as polaridades, energia masculina e feminina.
O Mastermind conjugal é um dos mais belos presentes que um casal pode se dar, um alicerce forte para construção e realização de qualquer sonho, por mais grandioso que pareça ser.
É uma conquista elevada para quem está em outro nível de consciência, é troca constante, conversas profundas, onde cada um contribui com o seu entendimento, perspicácia e evolução. Um treinamento mental sem igual, que vale muito a pena aprender e colocar em prática.
O casamento é para você?
Quem escolhe ficar só porque encontrou a paz merece respeito.
Já quem usa essa paz como argumento para não olhar seus próprios bloqueios emocionais apenas mudou de estratégia, não de consciência.
Casamento não é obrigação social, não é prêmio, não é salvação, é um convite.
Uma oportunidade para dar de si, para amadurecer, para alinhar as polaridades e construir um campo onde dois indivíduos deixam de competir e passam a cooperar. Não é para quem quer ser servido, é para quem compreendeu que amar é oferecer.
Em vez de perguntar: “o que o outro fará por mim?” Pergunte: “como posso ser melhor para quem escolhi amar?”
Para alguns esse convite faz sentido, para outros não, e tudo bem, desde que a escolha seja feita por consciência, não por medo, ressentimento ou fuga.
Este tema, com certeza, vai continuar sendo alvo de estudos, pesquisas e muita discussão. O importante é entendermos nosso papel nesta engrenagem, só assim poderemos de fato definir nosso futuro baseado na razão, afinal o casamento pode não ser para mim e nem para você, o certo é que ele será para todos aqueles que quiserem construir uma história baseada, entre outras coisas, na cumplicidade, respeito, companheirismo, amor e admiração, e isso só acontece com aqueles que decidem se doar.
E aí, o casamento é pra você ou não?
*Sandra Alves é Mentora de Relacionamentos e criadora do Método Aliança Interna, voltado para mulheres que desejam viver o amor com consciência, maturidade e auto valor.