Venezuela rompe acordo de gás com Trindade e Tobago após ação dos EUA no Caribe Caracas acusa Trindade e Tobago de apoiar ação dos EUA e encerra cooperação energética iniciada em 2023

Global News Space 16/12/2025 16:04

A crise no Caribe ganhou um novo desdobramento envolvendo Venezuela e Trindade e Tobago. Nesta segunda-feira (15.12), o governo venezuelano anunciou o rompimento imediato de contratos de fornecimento de gás natural ao país vizinho, acusado de apoiar a ofensiva militar dos Estados Unidos na região.

Em comunicado oficial, a administração de Nicolás Maduro responsabilizou Trindade e Tobago pela apreensão de um navio petroleiro venezuelano na costa do país, realizada por forças norte-americanas na semana passada. Segundo Caracas, a ação representa uma violação grave da soberania nacional.

“Hoje, diante deste ato gravíssimo que pretende roubar vulgarmente o petróleo da Venezuela, o governo venezuelano decidiu extinguir de maneira imediata qualquer contrato, acordo ou negociação para o fornecimento de gás natural para este país [Trindade e Tobago]”, afirmou o governo em nota.

Desde 2023, os dois países mantinham um acordo de cooperação energética. Pelo pacto, a Venezuela enviava gás natural a Trindade e Tobago, que realizava o processamento e devolvia o produto ao território venezuelano na forma de Gás Natural Liquefeito (GNL), em um arranjo considerado estratégico para ambas as economias.

O rompimento ocorre em meio ao agravamento das críticas venezuelanas à nova administração de Trindade e Tobago. Desde que Kamla Persad-Bissessar assumiu o cargo de primeira-ministra, em abril deste ano, o governo local passou a ser acusado por Caracas de alinhamento às políticas dos Estados Unidos no Caribe.

Entre os fatores citados pelo governo Maduro estão exercícios militares conjuntos realizados por tropas norte-americanas estacionadas na região e forças de Trindade e Tobago, interpretados como sinal de apoio à estratégia de Washington.

Embora os Estados Unidos justifiquem sua presença militar no Caribe como parte do combate ao tráfico de drogas, a movimentação ocorre em paralelo ao aumento da pressão contra o governo venezuelano. A ofensiva já incluiu a destruição de ao menos 23 embarcações na região.

Washington acusa Nicolás Maduro de liderar o cartel de Los Soles, recentemente classificado pelos EUA como organização terrorista internacional. O governo venezuelano rejeita as acusações e afirma que as ações fazem parte de uma estratégia para desestabilizar o país.