PT afirma que 2026 será decisivo e aponta “guerra política” no país

Global News Space 09/12/2025 15:16

O Diretório Nacional do PT aprovou, divulgou nessa segunda-feira (08.12), uma resolução política em que afirma que o Brasil vive um período decisivo rumo às eleições de 2026. O documento destaca avanços obtidos pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT)— como a saída do Mapa da Fome pela segunda vez, a queda histórica da desigualdade e o desemprego nos menores níveis em anos —, mas alerta para um “ambiente de guerra política” marcado pelo crescimento da extrema-direita internacional, tensões com setores do Congresso e tentativas de desestabilização digital.

A resolução classifica como “vitória da democracia” a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PT) e de militares envolvidos na tentativa de golpe, reforçando que não haverá anistia para ataques às instituições. O texto também acusa governadores de oposição, especialmente o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de sabotar políticas federais e transformar o Estado em “laboratório do neoliberalismo”.

No diagnóstico interno, o PT afirma que o bolsonarismo mantém articulação com redes globais de extrema-direita e opera estratégias de desinformação em larga escala. Segundo o partido, esse cenário exige uma nova correlação de forças no Congresso em 2026 para sustentar reformas estruturantes e evitar retrocessos, especialmente após derrotas recentes, como a derrubada de vetos no chamado “PL da Devastação”.

O documento também trata da política externa, apontando “vitórias relevantes” como o recuo parcial de Donald Trump na guerra tarifária e o fortalecimento da presença do Brasil em fóruns internacionais. O partido reafirma posição contrária à ingerência dos Estados Unidos na Venezuela e condena o que chama de “genocídio contra o povo palestino”.

Entre as prioridades internas, a sigla destaca a necessidade de reorganização partidária, fortalecimento das bases, criação de chapas competitivas para 2026 e construção de palanques amplos nos estados. A reeleição de Lula é citada como “eixo central” para conter a extrema-direita e garantir estabilidade institucional.

O PT também defende uma reforma política profunda, com voto em lista, paridade de gênero, cotas étnico-raciais e financiamento público de campanha, além de mudanças que reduzam a influência das emendas parlamentares sobre o orçamento federal.

Outro ponto enfatizado é a defesa da soberania digital, com regulação das big techs, transparência algorítmica, combate à desinformação e fortalecimento das capacidades tecnológicas nacionais. O partido propõe ainda um novo marco de proteção social para trabalhadores de aplicativos.

A segurança pública aparece como tema central, com críticas ao modelo de repressão defendido pela direita e defesa de uma política nacional integrada, baseada em inteligência, tecnologia e combate financeiro ao crime organizado. A sigla pede a criação de um Ministério da Segurança Pública.

A resolução convoca atos nacionais contra a violência de gênero, destaca o crescimento dos feminicídios e pede mobilização permanente para o 8 de janeiro, citado como marco da vitória da democracia sobre o golpismo.

O documento encerra afirmando que o PT é um dos “pilares da democracia brasileira” e que a disputa eleitoral de 2026 será decisiva para consolidar avanços sociais, fortalecer o Estado e enfrentar a extrema-direita.